Por uma vida mais sustentável

A sustentabilidade está em pauta nos últimos anos, tendo sido discutida e exigida pelas pessoas mais conscientes. Baseada em três pilares, para qualquer produto ser sustentável, tem que necessariamente ser socialmente justo, equilibrado ambientalmente e economicamente viável. 

Para ser socialmente justo é preciso levar em consideração o impacto que a produção irá causar na sociedade e na relação com as pessoas envolvidas, tanto as produtoras como as consumidoras. 

Ambientalmente equilibrado diz respeito ao planeta e como os recursos utilizados na produção e descarte de bens de consumo irão afetar o meio ambiente. 

Economicamente viável seria adequar o lucro aos dois pilares anteriores, ou seja, respeitando o planeta e os seres humanos, sem a exploração predatória de ambos. 

Posto isso, podemos dizer que todos nós podemos contribuir para uma vida mais sustentável, no nosso cotidiano. Pequenas ações, que se realizadas de forma conjunta pela população, podem reduzir consideravelmente os danos ambientais ao planeta e à sociedade. 

Planejamento das compras

Tudo começa por aqui: planejamento das compras, seja da feira semanal, do supermercado ou das roupas e presentes. A feira e o supermercado podem ser feitos tendo em vista o que vamos consumir durante a semana, seja em alimentos ou produtos de limpeza. A definição de um cardápio semanal auxilia muito, pois compra-se apenas o necessário reduzindo o desperdício e também economiza tempo (sabendo antecipadamente o que será feito não precisamos ficar pensando no que fazer e podemos até adiantar o almoço do dia seguinte, por exemplo).

Na hora de comprar roupas ou presentes, é bom levar em consideração algumas questões: 
- Preciso realmente do que quero comprar ou será apenas uma compra por impulso?
- A peça terá durabilidade suficiente para não gerar impactos ambientais? Lembrando que produtos de alta qualidade duram mais tempo;
- Como irei comprar – vou a pé, de bicicleta, carro ou será via e-commerce? 
- De qual fabricante irei comprar (empresas idôneas, que evitam a exploração de mão de obra, valorizam seus funcionários e contribuem para a comunidade ao redor)? 
- Como vou usar o que comprei? 
- E, por fim, como será o descarte quando a peça não tiver mais utilidade? 

Por último e não menos importante: já pensou em reciclar suas roupas? Aquela blusa que você enjoou pode ficar mais atrativa com um bordado na manga. Ou a camisa que seu marido não usa mais, colocada sobre um vestido, com um cinto marcando a cintura, pode ficar o maior charme. Ou ainda, porque não doar a bazares ou vender em brechós as peças que você não usa mais e que ainda estão em bom estado. Porque não passar a consumir roupas de brechós? Há verdadeiros achados, imperdíveis, numa arara do bazar da igreja da esquina ou naquele brechó glamoroso, pode apostar!

O lixo nosso de cada dia

Já disseram que não existe o "jogar fora", quando tudo o que descartamos continua na Terra, seja em aterros sanitários, nas ruas ou mesmo no espaço (na órbita terrestre existem milhares de objetos que ao longo dos últimos 60 anos, desde o início da corrida espacial, foram sendo descartados ou perdidos pelas naves e satélites). Então é mais do que necessário saber como vamos descartar nosso lixo. 

Reciclar o lixo é fundamental e para tanto, temos que nos atentar sobre o que estamos consumindo e como estamos descartando. Infelizmente, no Brasil apenas 3% do lixo é reciclado. Separar o lixo orgânico (restos de alimentos, plantas mortas, por exemplo) do reciclável é básico. O lixo orgânico pode sofrer compostagem se transformando em adubo, por exemplo. Nos locais onde não há coleta seletiva, há a possibilidade de se entrar em contato com aqueles profissionais, catadores de lixo que existem nas grandes cidades. Há inclusive um app que nos conecta com eles, o Cataki. Basta baixa-lo. As embalagens que serão descartadas devem ser compactadas, para que os caminhões de lixo façam menos viagens e gastem menos combustível. 

Cotidiano mais sustentável

Pequenos gestos fazem grande diferença: já pensou que todas as vezes que você paga algo com seu cartão de débito ou crédito você fica com o papelzinho de recibo. Ele é mesmo necessário? Você o confere ou simplesmente deixa dentro do bolso ou da bolsa e joga no lixo em seguida? 

Evitar imprimir e-mails, documentos, recibos e tudo o que pode ser guardado num pen-drive ou na nuvem evita o acúmulo de papel e o consequente descarte. Menos lixo acumulado!

No trabalho e em algumas festas e reuniões café, água e outras bebidas costumam ser servidos em copos descartáveis, gerando mais plástico no lixo... Hoje já existem ótimas opções de copos retráteis que podem ser levados na bolsa e serem usados todas as vezes que beber água ou tomar café. Evitar todas as embalagens descartáveis é uma ótima alternativa.

Canudos plásticos já foram banidos em muitas cidades. Há opções de metal que, junto com uma escova para limpeza e um saquinho de tecido podem ser levados na bolsa. Há opções de papel e outras, orgânicas, que podem substituir a alternativa plástica.

Quando em restaurantes e, mesmo em casa, ao fazer nosso prato, muitas vezes colocamos mais alimentos do que aguentamos consumir (experimentos mostraram que normalmente colocamos 30% mais alimentos que aguentamos consumir nos pratos, especialmente quando comemos fora, em restaurantes por quilo). Assim, parte dos alimentos são jogados fora. Mais desperdício (sem nem mencionar que há pessoas passando fome em todas as regiões do país). 

Ao receber um presente, porque não guardar cuidadosamente a embalagem de papel e a fita, para ser reutilizados depois? Fitas de cetim podem ser passadas a ferro, assim como os papéis para ser desamassados. 

Sempre que possível compre de produtores locais, próximos de sua casa ou estabelecimento. Além de reforçar os laços comunitários, evita-se a circulação de mercadorias via automotivos, movidos a combustíveis fósseis. 

Poucos passos, poucos gestos já são o início de tudo. 


Por: Marta De Divitiis
Cadastrado em 15/06/2021
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