A evolução da mulher no mercado de trabalho

Na história da humanidade, desde a época em que a agricultura era a base econômica, a força de trabalho feminina esteve presente e muitas vezes exercendo inclusive a força física. Era função das mulheres moer grãos com pedras, recolher madeira e fazer a colheita, entre outros afazeres. 

Com a revolução industrial e a migração da população para as cidades, as mulheres (e também as crianças) foram para as fábricas, em ambientes insalubres, trabalhando várias horas por dia e sem férias ou descanso semanal. Uma das indústrias que mais empregava era a indústria têxtil. Mais tarde, quando foi proibido o trabalho infantil, boa parte da mão de obra feminina voltou para casa, cuidando dos filhos e dos afazeres domésticos. 

No período das Duas Grandes Guerras Mundiais (de 1914 a 1918 e de 1940 a 1945), enquanto os homens lutavam no front as mulheres foram a força de trabalho por trás de toda a economia. Com a volta ao lar dos soldados, elas retornaram aos afazeres domésticos. Durante esses períodos em que os homens eram tidos como os provedores, mulheres passaram a trabalhar como professoras, secretárias e cargos de assistência em escritórios, com salários baixos.

A ideia vigente era que as mulheres que trabalhavam eram solteiras e não tinham necessidade de arcar com as despesas de uma casa e família como os homens, daí ter o salário mais baixo que o dos homens, mesmo quando ocupavam cargos similares. Aliás, constituir família e ter filhos eram requisitos para as empresas não contratarem. 

O fim dos anos 60 e início dos 70 marcaram uma série de transformações, com o movimento hippie, a contracultura e o movimento feminista, que ganhou mais força. As mulheres passaram a fazer faculdade, e, mesmo as casadas, entraram no mercado de trabalho. Os anos 80 tiveram destaque com as mulheres assumindo postos mais elevados (embora com ganhos menores que o masculino).

Atualmente, de acordo com dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – em 2018 as mulheres de 25 a 49 anos que trabalhavam, ganhavam aproximadamente 20,5% menos que os homens do mesmo grupo. Funções menos qualificadas aumentam mais a diferença dos salários entre homens e mulheres. Estas ganham aproximadamente 30% menos que eles. Hoje as mulheres representam 40% da força de trabalho sendo que somente 24% ocupam cargos de gerência. E continuam ganhando menos. 

Mais pressão, assédio e dupla jornada de trabalho

Apesar de estarem inseridas no mercado de trabalho conforme se viu no parágrafo acima, as mulheres ainda têm um longo caminho a percorrer para alcançar a igualdade completa, salarial e de equidade profissional. 

Um assunto que não foi abordado ainda e que está em pauta atualmente diz respeito ao assédio moral e sexual, que as mulheres sempre sofreram, independente do status social e dos cargos ocupados. Se hoje é um assunto que está em discussão, com as corporações tomando cuidados para inibir o assédio, ele ainda existe e as mulheres são as que mais sofrem com ele. 

Além disso, há a dupla jornada de trabalho que o grupo feminino enfrenta ao chegar em casa. Enquanto alguns homens (maridos, namorados ou companheiros) colaboram nos serviços domésticos e no cuidado com os filhos, as mulheres dedicam-se muito mais a essas atribuições. 

Durante esse período de pandemia ficou bem mais claro a necessidade de equilibrar as atribuições entre os casais. Trabalhando em home office acumulando as funções domésticas e os cuidados com os filhos (em que pesa a questão das aulas online para os maiores e a ausência das aulas dos pequenos), muitas mulheres se queixam de estresse mental e cansaço físico. 

Enfim, embora hoje a situação feminina esteja melhor do que nas décadas passadas, ainda resta muito a ser conquistado. 


Por: Marta De Divitiis
Cadastrado em 20/04/2021
Tags bookmark bordado, têxtil
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