Numa confecção quem desenvolve as coleções é o estilista ou designer de moda. Ele que pensa, desenha e aprova as peças desenvolvidas (após o desenho, o modelista, com base no que o estilista desenhou, desenvolve uma peça piloto, que deverá ser aprovada pelo estilista para só então compor a coleção). Para ser um bom profissional, é preciso percorrer um longo caminho. Além de estudo, desenvolver habilidades criativas e ter humildade estão entre os requisitos necessários.
Autenticidade é tudo
Para começar, um estilista tem que ser extremamente criativo e enxergar mais além com a ajuda das pesquisas de tendências. Enxergar o que os clientes de sua marca vão querer usar daqui um ano ou dois (tempo que leva para todo o desenvolvimento da coleção até estar nas araras das lojas) é muito importante. Ter amplo conhecimento de tecidos, aviamentos (botões, zíperes, linhas, bordados, etc.) e estar sempre antenado com o que o seu público pode gostar ou não. Ter conhecimento do universo do seu cliente é a questão central.
Desenvolvendo habilidades
Estudar sempre, ter conhecimento de artes plásticas, história da moda, cinema e teatro. A leitura de clássicos e de quadrinhos, o universo pop deve fazer parte do repertório do estilista. Quanto mais conhecimento, mais base e facilidade terá para criar.
Se especializar num segmento também é importante e são várias as possibilidades: pode se especializar em moda feminina, masculina, infantil, moda bebê, lingerie, moda praia, acessórios, bijuterias, joias, bolsas e sapatos. O campo é vasto e quanto mais especializado e informado, mais possibilidades de se dar bem.
Repertório e profissionalismo
Outro ponto a se tocar é a necessidade de estar antenado com o universo fashion. Ter conhecimento entre os profissionais do ramo é importante e, para tanto, frequentar os eventos, feiras, semanas de moda, lançamentos é essencial.
No dia a dia de uma confecção a pressão é grande para desenvolver uma coleção comercial, com um custo menor e mais lucrativa. Sendo assim, é importante manter o sangue frio, não se deixar contaminar pelo estresse e estar sempre focado. Ter um bom relacionamento com colegas de trabalho e fornecedores é fundamental.
Outro ponto que vale mencionar diz respeito à organização: é preciso estar atento ao cronograma desenvolvido no início do trabalho para dar tempo da coleção final estar nas araras da loja no tempo necessário. Cada empresa tem seu estilo de trabalho e um cronograma geral a ser seguido.
Manter uma rotina de trabalho não quer dizer passar 24h pensando na coleção e vivendo a vida da empresa. Deve-se saber equilibrar os momentos profissionais com os pessoais e ter válvulas de escape psíquico é essencial. Pode ser a prática de um esporte, meditação, técnicas de relaxamento ou até mesmo passar algumas horas na cozinha preparando refeições ou apenas guloseimas para presentear os amigos.
Networking
Falando em amigos, ter um círculo de amizades com as pessoas mais diferentes possíveis, de vários ramos e segmentos de trabalho (não necessariamente ligados à moda) faz a vida ser mais agradável de viver e ajuda a ter conhecimento nos mais diversos assuntos. Manter uma rotina saudável, dividida entre trabalho e vida pessoal sem deixar de lado o lazer e viajar (quando for possível) é extremamente importante.
Para inspirar, vale mencionar alguns estilistas brasileiros falecidos como Dener Pamplona de Abreu, Guilherme Guimarães, Markito e Conrado Segreto, voltados para a alta costura, com roupas de festa e de celebridades. Mais atuais, podemos citar Alexandre Herchcovitch, hoje à frente da grife À La Garçonne; Ronaldo Fraga, com a marca homônima e Robert Dognani, com criações vendidas na Daus Haus, loja que divide com outro estilista, Felipe Fanaia em São Paulo. Vale mencionar ainda Martha Medeiros, alagoana que usa as rendas nordestinas com maestria, em peças lindas e cheias de originalidade.
Por: Marta De Divitiis
Cadastrado em 04/05/2021